quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Punhais de minha alma

Ó punhais,
Punhais de minha alma.
Sereis vós o espinho de minha carne?
Punhais que perfuram e não me deixam sarar.
Punhais que ferem e não me deixam esquecer.

Ó punhais,
Que preferíeis a ferida aberta,
a chaga jamais cicatrizada.
Eis o caminho mais fácil para cumprirdes
Vossa missão: conservar-me a abertura.

Ó punhais,
Como vai o tempo, mais profundo entrais.
Como o tempo, mais fortemente eternizais.
Punhais, instrumentos da graça,
Mas quanta dor causam a minha alma,
Quanta angústia e sofrimento.

Ó punhais,
Que aceleram a escuridão.
Não permitiríeis que minha alma se fechasse,
Que a ferida se curasse?
Não...
Pois é a ferida aberta o receptáculo da misericórdia.
É a chaga não cicatrizada que recebe a bondade.
É a perfuração da alma sua ligação com o amor.
Punhais...
Punhais que ferem e amam minha alma.

2 comentários: