quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desarmonia ocasional

Agora diversas vezes me pego assim, numa dor de dar dó, numa lamentação só.
Agora me pego assim, chorando a desconstrução da minha alma, sentindo o assombro de ser desfeita.
Agora me pego assim: em um corpo, duas de mim. Uma que acata a ordem da altiva voz e outra que se quer fora da lei, fora dessa baderna interior.
Agora é assim, essa desarmonia devastadora, que me alcança sem compaixão, que não aceita pedido de perdão.
Fico agora assim, olhando pro tempo, sentindo o vento... e a dor me corroendo.
É assim, me deixo ser chagada, ser ferida aqui mesmo onde já me chagaram e feriram.
É porque é assim a cura do amor. De novo remexer, de novo fazer lembrar, de novo fazer sentir, de novo fazer reviver.
Já li que faz parte do meu caminho, que é coisa ocasional, que é uma parte.
É a desarmonia de dentro. É pra curar... ainda bem.
Por hora é assim... me pego chorando, de noite ou de dia, tanto faz.
Por hora me pego assim: em lágrimas. As lágrimas escrevem, no meu rosto, o teor dessa ocasional desarmonia.

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