segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dentro e fora

Eis que estavas dentro e eu fora
Dentro estava a verdade
E eu vagueava por caminhos incertos, mas tão certos quanto minha inteligência poderia traçar.
Fora estavam as ilusões
E eu com elas estava, eu nelas estava, com elas me alimentava, embora eu própria as construisse.
Desenhava, recortava, apagava e escrevia, montava uma vida nas ilusões...
Elas me escondiam, de mim e de todos, me eram seguras, me davam o controle.
E dentro, dentro estava aquilo do qual me esquivava.
Cercado por muros, densos e fechados estava o meu eu...
Tão trancafiado ficava que eu mesma, vindo de fora, não podia penetrar dentro.
Dentro também estava o Amor, a consumir-se, a mostrar-se, a esforçar-se por libertar o meu eu, a querer-se íntimo.
Estava a luz que desejava irradiar para fora, tendo antes iluminado dentro.
Dentro estava a verdade, a verdadeira caridade.
É a verdade que me chama a pôr fim na minha surdez, que me chama a estar dentro, fora da escuridão das minhas ilusões.


À minha amada FP sem noção, que guia minhas descobertas.

Um comentário:

  1. Lindo...

    "Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova."

    Muito boa a iniciativa do blog. Seja bem vinda, Pri!!!!

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