domingo, 28 de novembro de 2010

Deserto de minh'alma

O deserto de minh’alma,
disfarçado em véu de severidade,
retira de mim tudo que me é seguro,
afasta de mim tudo aquilo que amo.
O deserto de minh’alma
impõe a mim solidão
e bruscamente a escuridão.
Aventura tão amável,
prosseguida a lentos passos.
Passos trôpegos, ainda que determinados,
forçados e fortificados pelo amor.
O local da intimidade para onde os mais necessitados e, não menos, corajosos são convidados.
Um sítio do amor bastante, do amor quietante.
No deserto de minh’alma sou guiada apenas pela luz que arde em meu peito.
Velada pela escuridão que me impunha fitar somente o amor.
Quão indesejado foste, deserto de minh’alma,
com minhas fraquezas, afastado.
Quão desejado és agora, aconchego do íntimo amor.
O doce deserto de minh’alma enlaça-me ao amor.
Em segredo deixo-me ficar.
Meus cuidados, meus amores perdidos e seguros estão no amor.
O deserto de minh’alma, outrora seco e temeroso,
já doce e seguro afirma-se, pelo amor afagado.

Um comentário:

  1. Filha,

    Inúmeros oásis ainda encontraremos nesse deserto e, melhor que isso, dele ainda colheremos belíssimos girassóis os quais encherão de alegria nossa alma, porque olharemos para eles e teremos a certeza de que valeu a pena ter feito tal caminho.
    Lindo texto como o é tua lma.

    P.S.: Amanda, realmente ela puxou à formadora dela.

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