domingo, 28 de novembro de 2010

Para sempre seguir-te e não voltar atrás

Que estranha misericórdia.
Que estranho jeito de me fazer crescer, de me ensinar.
Que educação é essa tua que rasga o meu peito, que tira de mim minhas preciosidades.
Por que, Senhor, me tiraste da terra do Egito e me conduz agora por este campo árido, por este deserto desalmado que não se compadece das almas que nele entram.
Pensas tu que poderei atravessá-lo? Pensas tu que conseguirei suportar a todas essas lamentações? Pensas tu que comendo deste pão das lágrimas terei forças para chegar ao outro lado?
Ou acaso é desejo teu que dele eu não saia viva? É teu desejo retirar tudo de mim? Desejas despir-me e expor-me?
Que modo tão estranho tens de amar teus escolhidos. Desejas que eu morra de saudades de ti. Desejas que eu esteja verdadeiramente em solidão e verdadeiramente te espere mais do que espera o vigia pela aurora.
Não percebes que posso não resistir às provas. Não percebes que o exílio é o começo da minha morte?
Desejas matar-me! Desejas matar-me!
Por que cedi aos teus encantos, Senhor?
Por que decidi para sempre seguir-te e não voltar atrás?

Resistindo em crescer, em 30.set.10

Um comentário:

  1. ...porque é assim que ele age, com toda autonomia de teu Senhor.
    "Os santos pertencem a Deus, e Ele os forma como quer"
    Força aí, viu?!

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